Márcia Morelli nasceu em Jaboatão, Pernambuco, 1979. Vive e trabalha em São Paulo. É graduada em Desenho Industrial com habilitação em programação visual (2001) pela Universidade Mackenzie. Em 2014 até 2016, participou do curso ilustração e processo criativo no Estúdio Catarina Gushiken. Atualmente, frequenta o grupo de acompanhamento de projeto no Hermes Artes Visuais, orientado por Nino Cais e Carla Chaim.
Através da observação dos planos e pensando as formas geométricas contrapondo com as materialiedade da transparência do papel japonês proponho novos desenhos.
A escolha dos papéis foi importante. Ao escolher o papel japonês e papel manteiga pude explorar a materialidade e a cor.
Nos trabalhos realizados com o papel japonês e bolas de isopor pude explorar a transparência, o volume através da sobreposicão da folha sobre as bolas e introduzir a costura, com a qual desenhoformas através das linhas costuradas.
Estas mesmas linhas estão presentes nos trabalhos seguintes. Através da costura prendo o papel japonês sobre o carbono. A linhas costuradas que ficam soltas suavizam as formas retas e trazem mais leveza ao trabalho. O papel carbono foi escolhido a princípio pela sua cor preta bem escura e por sua gramatura mais fina, pela maleabilidade. Ao longo do processo, com o manuseio do papel, ao dobrar, recortar, refilar, minhas mãos sempre ficavam sujas com resíduo do próprio papel que tem a característica de ser um transfer, então a partir deste momento o trabalho começa a tornar-se tátil. O próprio cuidado de limpar a mão para poder manusear o papel japonês branco, leve, demostra que estes papéis são opostos.
O tátil, a materialidade, a composição oleosa dos materiais são as características do trabalho com o papel carbono desta vez trabalhado junto com a parafina. A parafina é translucida, leitosa e para molda-la é necessário derrete-la para então obter uma forma a partir de um molde. Neste caso as folhas de caborno não ficam totalmente encobertas, ora são fixadas na parafina ora ficam soltas permitindo que o contraste das característica de cada material.
Em 2018 participa da exposição "Perfectos e Afectos" Projeto Outro Lugar, parceria entre o Hermes Artes Visuais e VAO. 2019. No dia primeiro no nono andar,Lambarts, exposição coletiva, parceria entre Hermes Artes Visuais e Lambarts, São Paulo, Brasil. Abraço coletivo, sob curadoria de Paula Borghi, Ateliê 397, São Paulo. 2020. exposicão coletiva, parceria Hermes Artes Visuais e Feira Ch.ACO, Chile. Empena na quarentena #2, Galeria Lona, São Paulo. 48o. Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, Salão de exposições do Paço Municipal,
Santo André, Brasil.Últimos Dias, parceria entre Herems Artes Visuias e Residência Fonte, São Paulo. Indelével, Projeto 3+3. Parceria entre C. Galeria e SP-arte. (Mostra virtual).
"Marcia Morelli explora, como um aspecto central do seu trabalho, a ausência. Se todo desenho se dá sobre um suporte material que é um sólido, a supressão de matéria por meio de recortes constitui formas inesperadas. A ideia de figura já fora definida por Platão como “o limite do sólido”, mas a artista elabora também a ideia de figura como o limite no sólido. Em seus trabalhos, o preto não é ausência de cor, mas, por meio de diferentes materiais, sugestão de textura e tessitura, de volume em formas abstratas – formas por vezes fluidas ou geométricas, que contêm, por sua vez, também frinchas ou lacunas. O papel é não apenas suporte para o desenho, mas um meio de explorar a transparência. Em um de seus trabalhos, a leveza do isopor, com o qual forma pontilhados, sugere a ausência como o maior grau de leveza, de objetos que se ausentaram deixando marcas no papel." Mariana Lorenzi
"Márcia Morelli se volta para o trabalho doméstico, que ocupa uma posição subalterna, quase invisível, na nossa sociedade. No vídeo Tarefas de casa II, uma tela dividida ao meio mostra a ação da artista em dois momentos: por trás de uma cortina translúcida, ela a esfrega com uma bucha ensaboada. À direita, a espuma produzida segue escorrendo. Como transformar uma atividade cotidiana em uma atividade criadora? Qual a potência poética que podemos encontrar em nossas domesticidades? " Marcelo Amorin